É muito comum nessa época de festividades natalinas, ao querermos fugir do consumismo desenfreado, das filas nos estacionamentos dos shoppings, do caixas lotados nos supermercados, do corre-corre e empurra-empurra das lojas de brinquedos, citarmos que o verdadeiro espírito do natal é a celebração do aniversário de Cristo e que, o importante é lembrar de sua data de aniversário e, não exagerar no consumo comercial imposto pela sociedade moderna...
Mas, o que é celebrar o aniversário de Cristo? O que é trazer para dentro de sí a comunhão dos pensamentos do Mestre Nazareno, o qual deixou exemplicado em suas atitudes de amor, fraternidade, paz, benevolência, misericórdia e indulgência para com os seus semelhantes e, absolutamente nenhuma palavra por ele escrita?
Vivenciar e celebrar a data alusiva ao nascimento de Jesus, é reviver o Deus que habita em nossos corações... é seguir os seus passos mansos, é estender as mãos aos que necessitam, é partilhar o que se tem com o menos favorecido, é amparar, proteger, cuidar e zelar pelo bem do irmão que está ao seu lado...
Muitas vezes, embuídos pelo espírito natalino que nos assola mediante as intensas mensagens comerciais de consumismo e no anseio da confraternização em sociedade ampla e extendida, nos esquecemos de que a sociedade primária é a nossa família, o nosso primeiro círculo afetivo, onde exercemos o amor, a paciência, onde aprendemos a conviver com as nossas limitações em face ao bem do coletivo familiar...
Já outras vezes, saimos distribuindo votos de boas festas e felicitações de um ano novo com novas oportunidades, criando assim um movimento de contínuas repetições, onde o real desejo que cala fundo em nossos corações não se fazem presentes pois, não vivenciamos o amor fraternal no hoje, no aqui e agora... com isso, entramos em ciclos repetitivos de mensagens em redes sociais, em cartões impressos e só assinados, de confraternizações do trabalho, da escola, do curso... e vamos deixando à mercê a oportunidade de exercitar as grandes lições simples oferecidas pelo Consolador...
As benessies são diárias, o bálsamos para nossas dores e o consolo nos são ofertados ininterruptamente, através do amor e da misericórdia divina... então assim, que desejemos um Feliz Natal, não apenas oferecendo um presente por uma data festiva... que ofereçamos o que contemos na essência, o que de melhor podemos oferecer a outrém... seja uma ligação onde só o som da sua voz já será um presente que irá aquecer e aconchegar um familiar ou amigo distante... seja algo feito por você, quando desprendeu seu tempo e estendeu seus braços, em forma de carinho na peça produzida... seja em um abraço afetuoso e fraterno, levando as energias e votos de paz interior... seja conversando com alguém próximo, que muitas vezes sequer damos um bom dia adequado, em face a correria da vida...
Que possamos resplandecer dentro dos nossos corações, todo o amor que Jesus demonstrou por nós... a abnegação não é algo fácil de se praticar mas, a resignação é um exercício possível e que nos leva a um estado de amplitude maior, capaz de produzir a compreensão e deixar que maus pensamentos e perdas sigam em paz...
E é isso, é desta forma, produzindo ou ofertando algo que não é possível ser comprado, aquilo que de fato se desprende dos seus esforços e empenho em realizar o melhor aos seu alcance, que iremos exercendo o espírito natalino em sua plenitude... é através de pequenos gestos de amor, amparados por sólidos desejos de bem querer, que iremos seguir o exemplo do aniversariante de 25 de dezembro...
Que todos possamos ter um Feliz Natal, elevando nossos pensamentos em Jesus Cristo, buscando-o em nossos semelhantes, através da compreensão e compaixão e principalmente, sentindo e assimilando o Verbo que habita em nós e que nos impulsiona para a evolução, quando então estaremos próximos do Pai Celestial.