27 de maio de 2012

A impermanência das coisas e de nós mesmos...

Ao decorrer de alguns anos, tenho aprendido a agradecer mais e a reclamar menos... isso não quer dizer que parei de reclamar e sim que, antes da reclamação em sí, ao menos tento na medida do possível exercer a minha gratidão pela situação vivida...

Quando percebemos a natureza impermanente de todas as coisas, incluindo nós mesmos, estamos no caminho da busca da serenidade... isso não é uma afirmação minha... é parte da psicologia budista, que tem muito a nos ensinar sempre!... se você se permitir, irá descobrir verdadeiras maravilhas em várias filosofias de vida...

E para que alcancemos a serenidade, acredito piamente que parte do processo necessário é aprender a agradecer... a gratidão não nos redime ou nos humilha, penso que ela nos conduz a paz e a aceitação... temos as nossas amarras, vergonhas, conceitos, implicâncias, más e boas situações, amores e desafetos... mas, se conseguirmos exergar o gancho que isso agrega em nossa jornada, seremos eternamente gratos por vivermos aquele determinado momento...

Cada fato, cada episódio, cada estado quo, é mais uma oportunidade que se descortina em face aos acontecimentos... nem sempre, num primeiro momento é fácil identificar uma oportunidade, ainda mais se está se apresenta dentro de um fato ruim... creio que o tempo em muitos momentos não importa... e nesse caso, a real importância que se dá, é quando na medida exata e necessária e de acordo com o seu estado evolutivo, você seja capaz de aprender com aquilo...


Há tempos pratico o desapego... e se observamos melhor e mais profundamente, veremos que nos apegamos a não só ao material... nos atracamos com sentimentos mesquinhos e egoístas muitas vezes... assim como também, acreditamos que algo nos pertence!... tudo o que temos, nos é emprestado pelo Universo, que através da energia do cosmos flue em nosso ser... deixar passar algo ou situação, para que ela siga o seu curso, é se libertar... e libertação de coisas, pessoas ou situações, é um exercício constante e diário... Afinal, quando daqui partirmos, a única coisa que levaremos serão os nossos pensamentos, aquilo que construímos e a parcela da nossa evolução pessoal adquirida...

Em contra partida, isso não implica que não devemos valorizar aquilo que nos cerca, que nos é proporcionado por maior ou menor tempo que dure... cada segundo vivido, cada circunstância passada, presente ou futura, merece e deve ter o seu devido valor... desapegar não é não dar importância e sim, não fazer daquilo uma condição única ou sinequanon para que se consiga viver... qualquer nível ou esfera de relacionamento, são bases para trabalharmos o desenvolvimento de qualidades positivas... mas também, são como testes para vermos o quanto estamos nos desenvolvendo... em outras vezes, precisamos ficar sozinhos para conseguirmos trabalhar essas qualidades, para daí sim agregarmos a outra parte... lembrando sempre que, aqui não cabe somente a doação... deve-se também fazer assimilação da parte, do conteúdo, da experiência em conjunto...

Não somos capazes de controlarmos situações externas, fortuítas ou alheias à nossa vontade... como também não temos o controle sobre o outro ou de algo... apenas podemos exercitar a nossa capacidade de lidarmos com esses fatores externos... e será a nossa reação frente as condições contrárias ao projetado, que irá nos responder se estamos no caminho certo... já que tudo é impernamente, que ao menos os nossos esforços sejam laboriosos para alcançarmos a serenidade de sabermos viver, frente as oportunidades de crescimento que nos são sempre reveladas... mesmo quando achamos que estamos na escuridão dos pensamentos e, tateando o chão que é a nossa base emocional...

Veja bem, esse texto é só uma reflexão minha... longe é a minha pretensão de ensinar algo a quem quer que seja... mas, se for de utilidade na vida de quem o lê, por algum momento vivenciado, que assim seja!